Acorda
Finge, ressona
Um olho no gato
Outro no peixe
Frito na brasa
A batata do almoço
Amanteigada
Levo meu naco
Adeus
Lê na bancada
Minhas derradeiras letras
A linha torta, escrita a carvão
A batata d'ouro ainda brilha no prato
Chora
Espolia suas lágrimas
Soluça, ela
Solitária
Só de roupas de baixo
Levanta
Caminha à porta, rebola
Alvo o colo
À luz da lua
Seduz
Me chama
Seu canto ecoa
Ribomba nas pedras
Do desfiladeiro
Distante, onde moro
E na minha caverna, sonar dos morcegos
Ainda queima a fogueira
Dançam as chamas
Amarelo
Vermelho
Em meio à quentura
Desfila, bem nua
Nobre silhueta
Da dama mais pura
Molho meu rosto
Tento acordar
Mas me prende ao devaneio
O mais lindo olhar
Cheiro das ancas
Preto o cabelo
O jeito de andar
Pausa
Ventrículo estático
Nacarada pele
Palidez irresoluta
Sudorese noturna
Taquicardia
Rigidez matinal
Acordo
Vazio o lugar
Na minha cabeça
Inda pulula
O mais límpido cantar
Dos seios brancos à janela
Daquela
Que vive lá
Depois das montanhas
Naquele lugar
Donde vim
E não mais quis voltar
Por mais frugal que fosse o amor à cama
Algia crural
Agora novamente me invoca
À esplendorosa toca
Mulher-bicho
Bicho-homem
Selvagem local
A batata ainda à mesa
O peixe, ainda presa
Cheiro de brasa
Oi, eu digo
Voltaste, diz ela
E não mais se fala
Só uivos à meia-noite
28 de mar. de 2010
23 de mar. de 2010
Nunca subestime o amor...
Quase sempre você o conhece franzino, pequeno, o amor, e não o vê crescer e ficar maior, se agigantando no teu peito... o amor.
No começo, de tantos outros sentimentos, calor, alegria, êxtase, amizade, camaradagem, ternura, carinho, paixão, nervosismo, medo, aflição, dor, insegurança, felicidade, ganância, abatimento, afeição, bravura, bom-humor, brio, carência, ressentimento, fraqueza, gentileza, graça, frustração, harmonia, gula, imperfeição, inconstância, vergonha, virtuosidade, necessidade, ousadia, orgulho, luto, loucura, mágoa, amor, vivacidade, volúpia, união, tristeza, covardia, teimosia, ódio, solidão, incredulidade, lealdade, sensatez, sensualidade, safadeza, força, fidelidade, fingimento, amargura, dentre tantos e tantos sentimentos de que dispõe a língua, ele é aquele que não se consegue notar a princípio...
Dentre tantos sentimentos coloridos, ele se camufla, monocromático...
E então, aos poquinhos, ele vai aparecendo, se destacando... de tal forma que, em algumas ocasiões, até não notá-lo no que você mesmo escreve se torna difícil (pule algumas partes caso se entedie):
"Nunca subestime o amor... Quase sempre você o conhece franzino, pequeno, o amor, e não o vê crescer e ficar maior, se agigantando no teu peito... o amor. No começo, de tantos outros sentimentos, calor, alegria, êxtase, amizade, camaradagem, ternura, carinho, paixão, nervosismo, medo, aflição, dor, insegurança, felicidade, ganância, abatimento, afeição, bravura, bom-humor, brio, carência, ressentimento, fraqueza, gentileza, graça, frustração, harmonia, gula, imperfeição, inconstância, vergonha, virtuosidade, necessidade, ousadia, orgulho, luto, loucura, mágoa, amor, vivacidade, volúpia, união, tristeza, covardia, teimosia, ódio, solidão, incredulidade, lealdade, sensatez, sensualidade, safadeza, força, fidelidade, fingimento, amargura, dentre tantos e tantos sentimentos de que dispõe a língua, ele é aquele que não se consegue notar a princípio... Dentre tantos sentimentos coloridos, ele se camufla, monocromático... E então, aos poquinhos, ele vai aparecendo, se destacando... de tal forma que, em algumas ocasiões até ler o que você mesmo escreve se torna difícil."
ZzZZzZzZZzZZZZzZzZZzZZamorZZzZZzZZzZZzZZZzzzZZZzZzzZZamorZzZZzzamorZzZZzZZZZZzZZZZZzZZamorzZZzZZZzzZZZZzZZamorZzzZZamorZzzZZamorZzZamorZzamorZamorZamoramoramoramoramor
Dormir torna-se impossível. Escrever, idem. Eis meu último texto:
"- Que há contigo?
- Slieá, umtlaemntie sa caioss pceraem mu ttnao ehlbaardaams an mhnia mtnee. Ãno csgonio ecvsreer.
- Que merda, hein."
Até o bendito dia que você nota que tem algo estranho com você. Não por acaso, começa a esquecer o lugar onde pôs as coisas, compromissos importantes, seu nome e endereço. Sua agenda começa a ter dias reservados para compromissos mais importantes que os mais importantes dos mais importantes. E você percebe que não é mais você. O dia muda, o semblante muda, o telefone muda, a conta bancária muda e o mais importante: seus planos mudam. Porque agora você não é mais só um ou você. Contrariando a matemática e o português, você agora é nós dois.
O amor. Aquela coisinha insignificante de quatro letras finalmente acaba por ocupar tua cabeça. E você conta as horas, os minutos, os segundos e os milésimos para estar com quem ama. E dois anos depois, ainda consegue encher uma página ou duas de palavras, tentando explicar apenas uma. Amor.
(Mesmo sabendo que já existe alguém pra te explicar, bem direitinho).
Dois anos tentando explicar o inexplicável. Te amo, vocesabequem.
Quase sempre você o conhece franzino, pequeno, o amor, e não o vê crescer e ficar maior, se agigantando no teu peito... o amor.
No começo, de tantos outros sentimentos, calor, alegria, êxtase, amizade, camaradagem, ternura, carinho, paixão, nervosismo, medo, aflição, dor, insegurança, felicidade, ganância, abatimento, afeição, bravura, bom-humor, brio, carência, ressentimento, fraqueza, gentileza, graça, frustração, harmonia, gula, imperfeição, inconstância, vergonha, virtuosidade, necessidade, ousadia, orgulho, luto, loucura, mágoa, amor, vivacidade, volúpia, união, tristeza, covardia, teimosia, ódio, solidão, incredulidade, lealdade, sensatez, sensualidade, safadeza, força, fidelidade, fingimento, amargura, dentre tantos e tantos sentimentos de que dispõe a língua, ele é aquele que não se consegue notar a princípio...
Dentre tantos sentimentos coloridos, ele se camufla, monocromático...
E então, aos poquinhos, ele vai aparecendo, se destacando... de tal forma que, em algumas ocasiões, até não notá-lo no que você mesmo escreve se torna difícil (pule algumas partes caso se entedie):
"Nunca subestime o amor... Quase sempre você o conhece franzino, pequeno, o amor, e não o vê crescer e ficar maior, se agigantando no teu peito... o amor. No começo, de tantos outros sentimentos, calor, alegria, êxtase, amizade, camaradagem, ternura, carinho, paixão, nervosismo, medo, aflição, dor, insegurança, felicidade, ganância, abatimento, afeição, bravura, bom-humor, brio, carência, ressentimento, fraqueza, gentileza, graça, frustração, harmonia, gula, imperfeição, inconstância, vergonha, virtuosidade, necessidade, ousadia, orgulho, luto, loucura, mágoa, amor, vivacidade, volúpia, união, tristeza, covardia, teimosia, ódio, solidão, incredulidade, lealdade, sensatez, sensualidade, safadeza, força, fidelidade, fingimento, amargura, dentre tantos e tantos sentimentos de que dispõe a língua, ele é aquele que não se consegue notar a princípio... Dentre tantos sentimentos coloridos, ele se camufla, monocromático... E então, aos poquinhos, ele vai aparecendo, se destacando... de tal forma que, em algumas ocasiões até ler o que você mesmo escreve se torna difícil."
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Dormir torna-se impossível. Escrever, idem. Eis meu último texto:
"- Que há contigo?
- Slieá, umtlaemntie sa caioss pceraem mu ttnao ehlbaardaams an mhnia mtnee. Ãno csgonio ecvsreer.
- Que merda, hein."
Até o bendito dia que você nota que tem algo estranho com você. Não por acaso, começa a esquecer o lugar onde pôs as coisas, compromissos importantes, seu nome e endereço. Sua agenda começa a ter dias reservados para compromissos mais importantes que os mais importantes dos mais importantes. E você percebe que não é mais você. O dia muda, o semblante muda, o telefone muda, a conta bancária muda e o mais importante: seus planos mudam. Porque agora você não é mais só um ou você. Contrariando a matemática e o português, você agora é nós dois.
O amor. Aquela coisinha insignificante de quatro letras finalmente acaba por ocupar tua cabeça. E você conta as horas, os minutos, os segundos e os milésimos para estar com quem ama. E dois anos depois, ainda consegue encher uma página ou duas de palavras, tentando explicar apenas uma. Amor.
(Mesmo sabendo que já existe alguém pra te explicar, bem direitinho).
Dois anos tentando explicar o inexplicável. Te amo, vocesabequem.