1 de dez. de 2010

Eu gosto da madrugada
Traduzir o negro
Em cores que ninguém mais vê
Me parece tão utópico como real
Tudo é tão desigual
Aos olhos de quem lê
Bicho-papão é ogro
Que de papão não tem nada
Eu subo a escada, degrau de vidro
Desligo a tevê?
Só tem coisa imoral, o que é legal
É brincar de não ser
Chapéu de feltro
Arma carregada, carta marcada
-Que lindo bebê!
-Parece um etê...
Quem vem beber
Do meu licor?
Sinto uma dor, no âmago
No cerne, no meio
Da alma

Vem com calma...
Chama meu nome
No escuro
-Eu tô com fome
-Me faz cafuné
Canção de ninar
Depois vem deitar?
Tô tão insone, preciso rezar
Pra São Tomé
De Aquino?
De Pedro!
De João.
De Maria...

Virgem Maria!
Tua mão tá fria,
Amor...

Eu sei.
É o vento
É o sereno
Tempo da madrugada
De que tanto gosto.

Um comentário:

Junior disse...

pow, achei legal =]

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