-Eu ia pedir pra você vir com aquela calcinha azul, aquela da primeira vez que a gente foi pra cama...
Pirava de vê-la daquele jeito, só de calcinha.
Só de calcinha, repetia pra si mesmo, enquanto tirava-lhe a roupa.
Fazia isso sempre devagar. Pedia que virasse de bruços.
Aliás, pirava de apertar-lhe a bunda também. Bunda gostosa do caralho, era quase um mantra. Ecoava na cabeça, enquanto descia a mão no escorrego das costas e então apertava forte nas nádegas.
Tirava primeiro a blusa.
Era quase um cego. As mãos liam o braille da pele.
Começava na nuca, pousava a cabeça dela nas mãos para beijá-la. A língua então ia na orelha, a mão já descendo no pescoço.
Puxava-a pra perto. Lambia-lhe os mamilos. Detia-se nos seios. As mãos seguravam forte nos quadris.
Beijava-lhe o colo e então descia, lambia o corpo até o umbigo.
-Eu coloquei uma melhor.
-Foi? Mostra.
Beijava a barriga enquanto desabotoava a calça e abria o zíper. Beijava as coxas, a virilha, mas gostava de observar seu corpo, assim, só de calcinha.
-É verdade, essa é bem melhor mesmo. Gostei.
Em verdade, pirava mesmo de vê-la nua.
O fato de que ela se entregava daquele jeito excitava-o tanto que preferia postergar ao máximo o momento em que a iria penetrar. O momento em que iria desviar a atenção de seu corpo.
Então fazia carinhos, lambia-lhe o sexo por sobre a calcinha. Friccionava o cacete en garde sobre o clitóris.
Quando tirava a calcinha, lambia cada centímetro de pele, cada reentrância. Refazia o caminho de volta até o pescoço. E levantava. O momento em que iria desviar a atenção de seu corpo.
Nesse ponto olhava-a na face. Beijava-lhe os lábios e o pescoço enquanto concentrava-se no movimento. Não queria nem gostava de desapontá-la.
-Vem.
Não gostava quando acontecia rápido demais. Quando não conseguia segurar-se.
Penitenciava-se.
Preferia se cansar. Sentir seu suor misturando-se com o dela. Ouvir o gemido baixo.
Às vezes, não ouvir gemido. Sentir apenas o movimento de seu quadril, pedindo mais.
As unhas cravando nas costas. Aquilo também o excitava.
Pirava com a forma com que ela puxava-o com as mãos, ajudando-o a penetrar. Com tudo aquilo.
Em verdade, mesmo, pirava com ela.
-Foi ótimo.
Sabia que não. Tinha sido muito rápido dessa vez.
Mas viu o sorriso em seu rosto. Viu o jeito como ofereceu a língua ao beijo. É, tinha sido ótimo mesmo. Machismo idiota de relacionar prazer com resultado.
Pra ela importava o caminho. As mãos e os lábios na pele. A intenção por trás do sexo.
Pirava naquela garota.
-É, foi sim.
Ela sorria enquanto arrumava o cabelo em frente ao espelho, só de calcinha. A calcinha que tinha escolhido para aquele dia.
Sorriu também. Abraçou-a por trás, beijando-lhe as costas.
-E essa é bem melhor mesmo. Gostei.
Pirava de vê-la daquele jeito, só de calcinha.
Um comentário:
''era quase um mantra.''
muito bom, danado!!
Postar um comentário
comentários.txt - Bloco de notas