Acorda
Finge, ressona
Um olho no gato
Outro no peixe
Frito na brasa
A batata do almoço
Amanteigada
Levo meu naco
Adeus
Lê na bancada
Minhas derradeiras letras
A linha torta, escrita a carvão
A batata d'ouro ainda brilha no prato
Chora
Espolia suas lágrimas
Soluça, ela
Solitária
Só de roupas de baixo
Levanta
Caminha à porta, rebola
Alvo o colo
À luz da lua
Seduz
Me chama
Seu canto ecoa
Ribomba nas pedras
Do desfiladeiro
Distante, onde moro
E na minha caverna, sonar dos morcegos
Ainda queima a fogueira
Dançam as chamas
Amarelo
Vermelho
Em meio à quentura
Desfila, bem nua
Nobre silhueta
Da dama mais pura
Molho meu rosto
Tento acordar
Mas me prende ao devaneio
O mais lindo olhar
Cheiro das ancas
Preto o cabelo
O jeito de andar
Pausa
Ventrículo estático
Nacarada pele
Palidez irresoluta
Sudorese noturna
Taquicardia
Rigidez matinal
Acordo
Vazio o lugar
Na minha cabeça
Inda pulula
O mais límpido cantar
Dos seios brancos à janela
Daquela
Que vive lá
Depois das montanhas
Naquele lugar
Donde vim
E não mais quis voltar
Por mais frugal que fosse o amor à cama
Algia crural
Agora novamente me invoca
À esplendorosa toca
Mulher-bicho
Bicho-homem
Selvagem local
A batata ainda à mesa
O peixe, ainda presa
Cheiro de brasa
Oi, eu digo
Voltaste, diz ela
E não mais se fala
Só uivos à meia-noite
4 comentários:
putaquepariu ta fooooda!
Já havia vindo aqui... Muito legal esse último post. Parabéns pelo criativo blog!
Muitos parabens, benditos segundos passados
tem muito talento aqui!
:)
´bj!
estais fazendo sucesso, Maeda! =]
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