E assim se conta a história
De rios de ruidosas correntes
Laços de sangue e memória
Cheios de si, cheios de ouro
Esvaem-se, em dor, os praticantes
Da geografia, da solidão
Pão-que-o-diabo-amassou...
Uns o dizem
Castigo memorável!
Outros ribombam
Entre champanhe e cana dividido
Curandeiro e monstro, o venerado
Passa os dias como ermitão, esquecido
Pois quase nunca é tolerado
Se verdade nua e crua é rebatida
Pela delícia da mentira, a acarinhar
Em verdade mais verdadeira digo:
Delicia-te na mentira hoje, vem gozar
Pois o amanhã, o desconhecido, vem reinar
Se és de rugas preenchido, a pensar
Preocupa-te com o vestido, qual usar?
O passado é teu amigo, deixa estar
Mas se é na pele, por sorrir,
Que ostentas a marca, vai mostrar
De história és rico e cheio, bom lembrar
Deita a cabeça, à noite, e vai sonhar
Bons sonhos.
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