Estranho
Olhar para trás e
tentar juntar o passado feito quebra-cabeça
Sempre falta um pedaço
No pretérito-presente
Enclausuro-me
À espera de um sinal
De fumaça
Ou fogo que me consuma
Antes tarde do que nunca
Dizem
Digo mais
Eu não me sinto
Nem sou o mesmo
Mas meus dedos, sem dúvida,
Reconhecem a memória
Olhar no abismo, no breu,
Como disse uma vez Nietzsche,
É certificar-se do olhar-espelho
Quem mais te julga, senão você?
Já pesa mais meu corpo
que minha mente
Que ainda mente
Finalmente
Mente
Talvez viver seja só isso:
Uma grande mentira
Que só faz sentido
Quando se esquece
Quando nem os dedos sabem de cor
O caminho de casa.
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