23 de set. de 2011

E antes de ir embora, virou-se um instante,
Um breve momento,
Uma eternidade fugaz,
E me disse, com seriedade no olhar:

"Confia apenas em tu mesmo
Que és o único que nunca irá te deixar
Porque quando o mundo começar a desabar, amor,
Nem tua sombra será tua amiga"

13 de set. de 2011

Ah, coração louco!
Era eu ali, chorando rouco
Pelos cantos, apático
Ah, que patético, coração!
Há que ver, que mesmo sem sentido,
Sentido estava eu
A lamuriar meus dias,
Gastando minhas lágrimas
Em intermináveis rios turbulentos
Visando aplacar o alento

E, no afã
De livrar-me do tormento,
Esqueci-me das ensolaradas tardes
Sobre a relva
Nesta selva de pedra

Mas, antes que a raiva me contradiga,
Deixe que eu diga:
Não é ira o que vês, é falta;
São saudades tuas o que sinto;
Sou sincero, pois, não minto;
Não há o que preencha melhor
O vazio no peito cansado
De sofrer que tua voz,
Minha cara;
Que teu cheiro, essência fina;
Tua tez, tua pele
Que maciez!

Volta, então, coração!
Acende a chama
Volta, amor!
Meu corpo emana
Aura que só tu sabes controlar;
E, por mais que eu tente manchar
Tua imaculada carne,
Sei que etérea és,
Vens só à tarde
Nas ébrias nuvens do meu pensar;
Que desvario!, pode ser que digam
Mas, se de médico e louco
Cada um tem um pouco
Que mal há em chorar,
Mesmo rouco,
Se isso aplaca o sofrer?

És tu, linda flor
Rara orquídea;
Minha musa, meu ardor
Minha diva;
Menina-moça, mulher,
Fêmea doce, cativa
Do coração meu;
És tu que vem, altiva,
Meus sonhos enternecer

10 de set. de 2011

Tomando nota:

"And legs... I don't care if they're greek columns or secondhand Steinways. What's between 'em... passport to heaven. I need a drink."

"E pernas... Não me importa se elas são colunas gregas ou bengalas de segunda mão. O que há entre elas... passaporte para o céu. Preciso de uma bebida."

Al Pacino, como Frank Slade,
em Perfume de Mulher (Scent of a Woman, 1992)