22 de jan. de 2019

A arte secreta de dividir o indivisível. De ser não-sendo.
Eu gostaria de ser menos complicado, mas aí seria menos eu.
Talvez a real arte seja a de admitir a difícil complexidade, a grande bagunça cósmica que separa o abrir do fechar de olhos, o yin do yang.
Mais fácil amalgAMAR-se quando tudo em si é líquido e mutável.



(grato, aaluah, pelo vampirismo noturno).
Estranho
Olhar para trás e
tentar juntar o passado feito quebra-cabeça
Sempre falta um pedaço

No pretérito-presente
Enclausuro-me
À espera de um sinal
De fumaça
Ou fogo que me consuma

Antes tarde do que nunca
Dizem

Digo mais
Eu não me sinto
Nem sou o mesmo

Mas meus dedos, sem dúvida,
Reconhecem a memória

Olhar no abismo, no breu,
Como disse uma vez Nietzsche,
É certificar-se do olhar-espelho

Quem mais te julga, senão você?

Já pesa mais meu corpo
que minha mente
Que ainda mente
Finalmente
Mente

Talvez viver seja só isso:
Uma grande mentira
Que só faz sentido
Quando se esquece
Quando nem os dedos sabem de cor
O caminho de casa.