6 de nov. de 2014

Rogo-te uma praga:

Para cada vez
Que vislumbrares
Minha tez desnuda
Um dia de sobrevida
Te deixará

Cadavérica paras
Desl[:o]mbrada
A cor
Deixando
Tua nudez
Ante o tamanho
Do problema-solução

Soluçaste?
Tece tua teia
Viúva-negra
Atéia
Desespiritualizada
Xadeonda...
Sei bem o que queres

Segura, pois
Mete-o na boca
Esse pedaço de chocolate
Derrete este mulato
Em teus lábios de fel

Faze-te minha
E, antes que esqueças,
Deixa o pagamento:
Um dia de tua vida
Por vez
É tudo que quero
Por enquanto

E, com meu canto-feitiço,
Despeço-me de ti
Profetisa do caos
Sobre a ordem das coisas
Despedaçada

Junta os cacos da memória
Veste tua vergonha
Sai da cama, caminha para a luz
Y jamás olvides
Das palavras sussurradas
No ouvido
Que tu cegues
Se, na escuridão
Dos teus pensamentos
Vazios,
Lembrares de mim

Sou mulato
Da cor do pecado
Já te disse uma vez
(Lembras?)

Espero que não.