30 de mar. de 2011

O que é o tempo, minha cara?
Será ele essa entidade indestrutível
Inabalável poder
Que une e separa, que constrói e destrói?
Ou será o tempo apenas remédio
Para as dores mais profundas;
Que fará o tempo com a minha dor
Ela, que perpassa a carne?

Que distância é essa, querida
Que mutila os apaixonados,
Mas dá força aos que escrevem,
Que adentram as noites, que se perdem
Em devaneios oníricos, para acalentar
O frio que nem o mais quente dos sóis
Pode apaziguar?

Que hora é essa, reflexo de mim?
Olho pela janela aberta e vejo a cidade gritando
Mas nada ouço;
Que hora é essa, alma gêmea?
Teu lugar está guardado à cama
Ainda têm teu cheiro os lençóis
Que não esqueçam de nós, as madrugadas
Que não fique muda a voz, que me chama:

"Vem... Faz frio aqui, sem você."

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