22 de mar. de 2011

Querida,
Que mulher a tua mãe
Fez-te bela, pura candura
Esculpiu esse teu corpo
Que deste mundo nao é

Querida,
Quando vier me ver
Despe-te devagar
Masturba o meu cérebro
Que é de carícias cansado

Mas, querida,
Quando quiseres me deixar
Me escreva
Mas passe a carta por baixo da porta
Porque quando vim ao mundo nada trouxe
Neste mundo nada fui
E, quando partir
Dele nada quero levar

Só o registro das tuas curvas no cume dos meus dedos
Só a lembrança da tua, na ponta da minha língua
E o pouco, quase nada, do amor por ti, no fundo da minh'alma

Há de constar, Cristina, na minha lápide
O seguinte epitáfio:

"Aqui jaz T.
Nem pai, nem filho, nem espírito
Apenas um coração cansado de viver."

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